Pela primeira vez na história da empresa um evento de promoção vai acontecer exclusivamente no Brasil. A estratégia é colocar mais gente para dentro do app
Que o brasileiro adora ficar no celular, já sabemos. O Brasil é um dos países com maior nível de engajamento em redes sociais do mundo. Veja dois exemplos: no primeiro, o ator Vincent Martella, conhecido por interpretar Greg Wuliger em Todo Mundo Odeia o Chris, postou uma foto falando que amava o Brasil nas redes sociais. Bastou para ele saltar de 200.000 seguidores para mais de 6 milhões. No segundo, a ex-namorada do BBB Lucas Buda, Camila Moura, começou a relatar as dores do término e em pouco menos de três dias, viu sua conta no Instagram sair de zero para 3 milhões de seguidores.
São dois casos que ajudam a evidenciar como o brasileiro se engaja — e como ele está conectado no celular.
No varejo, acontece algo parecido. De acordo com a pesquisa “E-commerce Trends 2024”, realizada pela Octadesk com o Opinion Box, 62% dos consumidores fazem de duas a cinco compras online por mês, enquanto 85% dos brasileiros fazem pelo menos uma compra por mês na internet. E a parte mais significativa dessa compra acontece, de fato, pelo celular.
Tendência acompanhada de perto pela maior varejista do mundo, a Amazon. Pela primeira vez na história da gigante norte-americana, uma ação de descontos acontecerá somente no Brasil. O objetivo? Fazer mais brasileiros baixarem o app da empresa — e comprarem por lá.
“O consumidor brasileiro e o indiano são os que mais fazem compras usando o celular”, diz Juliana Sztrajtman, diretora de varejo na Amazon Brasil, em entrevista exclusiva à EXAME. “Por isso, fez sentido para nós fazermos um evento que vai levar as pessoas para nosso aplicativo. Temos mais de 100 milhões de itens sendo vendidos no nosso aplicativo, e vamos fazer ofertas exclusivas para quem comprar por lá”.
O evento se chamará App Day e vai acontecer entre os dias 22 e 23 de abril. Os descontos chegarão a 50%. Haverá também cupons de até 40 reais para quem assinar a categoria Prime, a estratégia da Amazon de fidelização do cliente por meio de programa de benefícios.
“O principal objetivo da Amazon é obsessão pelo cliente”, diz Juliana. “Acreditamos que a experiência no nosso app é muito boa, e queremos mostrar isso para o cliente. E quando você dá uma boa experiência, você fideliza”.
“E existe uma característica nos eventos da Amazon, como Black Friday e Prime Day, que deve se repetir agora”, continua. “Os produtos que participam normalmente passam a vender mais do que vendiam antes, sem oferta”.
Para chegar a uma promoção como essa, toda cadeia de relacionamento da Amazon com os fornecedores é conectada. Juliana que cuida desse elo. São milhares de fornecedores, das grandes empresas, como a Nestlé e a Samsung, até pequenos e médios negócios que também vendem seus produtos para a gigante varejista — tudo isso sem contar o modelo de marketplace.
Para a escolha da data, 22 e 23 de abril, dois pontos foram levados em consideração. O primeiro é que se trata de um mês sem nenhum outro grande evento para o varejo. Em abril, já passou o Dia do Consumidor e ainda faltam algumas semanas para o Dia das Mães.
É a proximidade com essa data comemorativa, aliás, o segundo ponto considerado. Assim como a Black Friday, que acontece algumas semanas antes do Natal, principal evento do ano para o varejo, o App Day vai acontecer algum tempinho antes do Dia das Mães, outro evento importantíssimo para o setor.
Como a Amazon enxerga o Brasil
A Amazon pousou no Brasil em 2012. Inicialmente vendendo livros, ganhou escala nos últimos anos quando agregou outros setores do varejo em seu carrinho de compras.
“Todo investimento que a Amazon faz no Brasil é olhando para o longo prazo”, diz Juliana.
Quando Juliana entrou na empresa em 2017, a Amazon se preparava para lançar todas as categorias de varejo, lançada oficialmente em 2019.
“Estamos há cinco anos atuando no varejo”, afirma. “De lá para cá, entramos com o Prime, com a Alexa. Foram lançamentos importantes. O Brasil hoje é bastante importante nesse mundo do e-commerce. É uma grande aposta”.
Na tendência de consumo do brasileiro na gigante do varejo, há um aumento, nos últimos tempos, de categorias de bens de consumo, como beleza e higiene, alimentos e bebidas. Casa, cozinha e brinquedo também estão tendo uma demanda alta.
“De forma geral, vemos que é importante ter um serviço para celular bem estruturado, porque o brasileiro consome muito por ali, e ter diversidade de meios de pagamento”, afirma. “Na Amazon do Brasil, você pode comprar no crédito, no boleto, no Pix”.
“O consumidor brasileiro vem experimentando o e-commerce. Conforme vai tendo uma boa experiência de encontrar o produto e uma entrega rápida, vai adotando cada vez mais essa forma de comprar”.